terça-feira, 3 de abril de 2012

Indignação - Até onde os programas de TV sobre saúde são confiáveis?

Oi Zéntii!

Hoje vim falar sobre algo que assisti na TV e fiquei INDIGNADA. Hoje minha mãe me ligou pra falar que o programa Bem Estar, do Globo ia falar sobre o Câncer de Mama. Logo liguei a TV.
Sabe, já tinham me falado que se fala muita baboseira nesse programa. Como sou leiga com relação aos assuntos abordados no programa sempre acreditei no que assistia afinal eles passam uma certa confiança né?  Mas hoje quando ouvi o médico ginecologista dizer certas coisas fui ficando boquiaberta. 


Ao final do programa minha vontade era ligar lá ... Falar o que eu não sei... Mas é muito ruim ouvir tudo isso e ficar quieta. Aí desabafei no face, no meu perfil e no Grupo Amigas do Peito, do qual eu faço parte... E entre tantos comentários que surgiram cheguei à conclusão que deveria ser postado no blog. Foram muitas opiniões entre elas tem uma que me chamou muita atenção. 

- O médico consultor do programa é um Ginecologista, se o assunto é câncer de MAMA o certo deveria ser um MASTOLOGISTA a participar, correto??? 

O Programa enfatizou que o risco de câncer de mama é em mulheres acima de 40/50 anos. Não discordo, mas acho que cada vez mais CA de Mama ocorre nas mulheres mais jovens. No grupo que faço parte na internet, muitas das mulheres têm menos de 40 ou 35 anos, arrisco até a dizer que mais de 1/3 do grupo. Não fazemos parte das estatísticas de idade, mas aí é aquela mesma questão que a Dani abordou nessa matéria que já postei aqui (Câncer de Mama aos 35). Se fôssemos fazer os exames preventivos de acordo com os dados do Ministério da Saúde será que estaríamos aqui ainda pra debater tudo isso???

Outro fato que algumas amigas comentaram foi que, apesar do CA de Mama estar muito ligado a fatores hormonais também existem casos onde os exames mostram triplo negativo (tumores que não expressam receptores de estrógeno, nem de progesterona, nem apresentam hiper-expressão de ERBB2). E no programa eles apenas citaram o risco de CA de Mama relacionado a hormônios. 

Também ouvi desse médico a seguinte frase “Quando você identifica o nódulo, esse tumor está com você há PELO MENOS 8 anos, 8 ANOS!!!” Aí me pergunto... Eu já tinha o tumor desde os 22 então? E os exames anteriores?? Se meu tumor teve a capacidade de crescer 3 cm em um ano (intervalo entre os exames), com 8 anos que tamanho ele estaria??

Mas o que mais me indignou mesmo, pela forma como foi falado, foi o seguinte (exatamente como está escrito);
- O que menos dá no câncer é dor. Quando você descobre um “nódulozinho” na mama e ele dói, principalmente antes da menstruação – Pronto, não preocupa o médico!!

Discordo quando ele praticamente descarta a possibilidade de um câncer de mama assim. Lembro-me direitinho quando falei para o meu Mastologista que meu nódulo doía, pois tinha lido na internet que quando dói não é câncer. Ele me respondeu da seguinte forma – Isso não quer dizer nada, tem mulheres que tem a mama mais sensível, e qualquer anormalidade que tiver pode dar dor, naturalmente.  E depois isso me pareceu realmente muito óbvio. E hoje muitas das minhas “Amigas do Peito” relataram que descobriram o câncer porque sentiam dor... pouca, ou muita, não importa...o fato é que muitas sentiam dor sim!

Bom... Minha intenção nessa postagem não é a crítica ao programa em si, ou a emissora, mas sim ao risco de passar para o telespectador uma informação de forma errada, incompleta ou mal explicada. Fico pensando no número de mulheres que podem ter um nódulo dolorido e por conta do que assistiram se tranquilizaram e protelaram a ida ao médico. 

Que maravilha se eu soubesse pouco sobre este assunto, mas com tanta informação que temos durante o tratamento, creio que os doutores deveriam ter mais consciência de que a palavra em um canal considerada uma Rede idônea pode causar muitos danos aos menos informados. O assunto requer pesquisas e depoimentos de vários estudiosos e não ser como material corriqueiro de um programa de entretenimento.
Uma médica do grupo escreveu em um comentário: Complicado generalizar, CA de Mama tem particularidades e não pode ser citado como uma receita de bolo pronta.

Acho que esse é um alerta bom que muitos saibam... Seja qual for a alteração sentida no seu corpo. VÁ AO MÉDICO, FAÇA EXAMES PREVENTIVOS E MESMO QUE ÁS VEZES ALGUÉM FALE QUE NÃO É NECESSÁRIO POIS NÃO SE ENCAIXA NAS ESTATÍSTICAS, LEMBRE-SE QUE SUA VIDA É SEMPRE MAIS IMPORTANTE!!!

Pós operatório ainda no hospital e alta médica!

Oi gente, desculpem-me o sumiço, eu andei bem preguiçosa pra escrever. Mas ainda tenho muitos detalhes pra contar do Pós operatório. Acho que tem muita informação que posso e devo compartilhar. Mas como foram muitos dias até hoje, vou tentar dar uma resumida...
No segundo dia depois da cirurgia .... acordei quando minha mãe chegou. Liberaram-me pra tomar banho. E minha mãe ajudou. Não tive tontura e quase não sentia dores, a não ser o incomodo do dreno, que tinha dois “caninhos”...um que ia até a axila e outro na mama retirada. Mas o que realmente doía não tinha nada a ver com a cirurgia, era o acesso que estava na minha veia, na direção do pulso, na parte de cima... Isso é consequência das quimioterapias que mexeram muito com minhas veias. Elas foram ficando cada vez mais sensíveis e eu já estava há muitas horas com aquele jelco na veia.  Depois do banho foi a primeira troca de curativo, quando eu vi como ficou o corte.  Eu não sabia como reagiria quando visse o corte né. Não sabia se ia ficar tristinha e tal. Mas que nada, fiquei super bem. Nem pensava mais no lado estético, só na minha saúde! Tomei anti-inflamatório e dipirona, muita dipirona...rs. Não porque eu sentia dor, mas porque era receitado mesmo hehehe.
Tentei usar um pouco o note que minha mamis levou pra mim, mas não deu muito certo pois o acesso da veia não permitia q eu me mexesse muito.
 A Paula foi me visitar a tarde e fez um make. Fiquei muuiiiito melhor maquiada hehehehe.
À tarde dei uma cochiladinha de leve. Minha prima Ju também foi lá me visitar, também foram Tia Marcia, Vó Magdalena, Mari e....... Que eu me lembre foi isso, rs. Minha mãe ficou até umas 9 horas.  Esse horário eu já estava começando a ficar com muita dor no local do acesso a veia. Mas como eu já não ia mais tomar nenhuma medicação na veia, somente comprimidos ou gotas eu achei melhor não reclamar. Se eu reclamasse que doía muito iam me furar de novo e pegar outra veia, porque enquanto o paciente está internado é obrigatório manter o acesso, para algum caso de emergência em medicar. Mas como eu já disse, minhas veias não estavam nada fáceis e doeria me furar novamente. Então aguentei. Passei a noite sem movimentar o braço. E assim que acordei e vi a primeira enfermeira perguntei se já poderia tirar... Ela disse que só quando eu tivesse alta... Snifff.... guenta mais um pouco.
Quando foi umas 10 ou 11 horas da manhã a Dra. Debora, que é responsável pela equipe de mastologia do hospital, passou para me ver e passar as recomendações de pós operatório. Ensinou como esvaziar o dreno. Deixou claro que não era para eu abandonar os movimentos do braço esquerdo, mas não era pra fazer esforço. Quando perguntamos sobre alimentação ela me deu uma resposta que eu já deveria ter ouvido há muito tempo, dessa mesma forma.
- Dra, e a alimentação? Alguma dieta especial? Ela respondeu, super séria, e ao mesmo tempo com um sorrisinho irônico – Alimentação saudável, todo mundo sabe qual  é!! É só fazer! Todo mundo sabe o que faz bem e o que não faz!!! – Nunca vou me esquecer dessa resposta que é mais pura verdade!  Ela só deixou claro que o açúcar não é bom. Que todo mundo ia querer me paparicar com docinhos e tudo q eu quisesse...mas esse não era o momento.  Ensinou uns exercícios de leve para ir movimentando o braço enquanto não começasse a fisioterapia. Explicou que não havia receitado antibiótico pois no momento da cirurgia já haviam aplicado a dose necessária. E assinou meu papel da alta!!!! QUE DELÍIICIA!!!
Logo depois a enfermeira veio tirar o acesso pois a Dra liberou. Ahhhh...que maravilha tomar banho sem isso me doendo!!!! A enfermeira sugeriu que eu ficasse mais um pouco pra poder almoçar lá, já que o almoço já ia sair. Não pensei duas vezes, a comida de lá é uma delícia....acreditem!!! E eu uma esfomeada né?! kkkkkk
Assim que a papelada de alta foi liberada fomos embora. Cheguei na casinha da minha avó e já me instalei no quartinho que estava prontinho me esperando!!! Rs.
Como era bom estar em casa...recebendo a visita de familiares e amigos! Na primeira noite em casa jantei uma sopa que minha mãezinha e minha avó fizeram, rodeada de pessoas queridas.
Dormi muito bem nessa primeira noite...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A radioterapia - E a importância da Fisioterapia para levantar o braço.

Já faz tanto tempo que postei a última vez, daqui a pouco esqueço dos detalhes pra contar aqui né? Sorry gente, eu tenho sumido do blog....mas to aqui óoo...rs.

Depois daquele susto quando soube que ia retomar as quimios, as coisas foram se acalmando e eu passei a aceitar melhor essa nova fase que não estava "no script". rsrs.

Passei pelo Dr Daniel, radioterapeuta. Ele conversou muito comigo e minha mãe. Explicou também sobre o herceptin e a necessidade dele e também que o tumor que tive era um tanto agressivo. Me falou que eu faria 28 sessões de radioterapia. E a simulação foi marcada para o dia 28/11. Ele também falou que não teria problema eu viajar no carnaval. (O Dr Flávio também já tinha falado isso) Nem preciso falar que essa foi a melhor parte das consultas né?

Esse exercício era um dos que mais me dava noção da diferença e força de um braço e outro.

É quase esse movimento que eu tinha
ficar durante a radioterapia.
Assim que passei pela consulta com o Dr Daniel marquei o início das sessões de Fisioterapia, pois a cirurgia com esvaziamento dos linfonodos axilares interfere e muito no movimento do braço. Ele fica muito mais difícil de levantar e estender. E durante a radioterapia eu tinha que ficar com o braço do lado operado em 90º, e a maioria das pacientes sentem muita dificuldade. Graças a Deus não tive problemas quanto a isso pois assim que tive alta depois da cirurgia comecei a fazer os movimentos que meu mastologista aconselhou, como por exemplo; por a mão na janela e dar um passinho para trás devagar, até que eu fosse conseguindo estender o braço. E assim que conseguia eu tentava algo mais alto. E depois mudei para o exercício de tentar tocar a minha orelha, começando pela mesma do lado operado, e subindo até chegar à outra. 

A sensação de peso do braço era muito grande também. Então foi preciso trabalhar pra que eu conseguisse fazer os movimentos normalmente, além de evitar que a radioterapia diminuísse os meus movimentos, já que esse é um dos sintomas mais comuns da Rádio. 

Apertar a bola era um dos exercícios,
Era bem difícil.
 Eu fazia muitos exercícios de alongamento. Eram lentos e repetitivos. E com o tempo também fiz alguns de fortalecimento, com pesos leves (1kilo), afinal não posso mais carregar peso. Eu adorava as sessões de fisio. As meninas são umas fofas... Conversávamos muito, sobre tudo que era assunto... eu nem sentia a hora passar. O clima era de pura descontração. Eu ia uma vez por semana, e fazia mais uma vez em casa. Sentia um pouquinho de dor nos dias seguinte das sessões... mas nada que me incomodasse tanto. Era natural sentir alguma coisa, afinal só tinha 2 meses que eu tinha passado pela cirurgia né? rsrs

Tinha também que levantar a bola até a direção da minha cabeça.
Eu fiz as sessões de fisio simultaneamente com a radio. Minha pele reagiu bem durante quase todas as sessões de rádio, e isso favoreceu pra que eu fizesse a fisioterapia. Mas reparem que eu escrevi que ela reagiu bem durante QUASE todas né? É, porque nas últimas sessões, e na semana seguinte foi beeeeeem complicado. Mas isso eu conto no próximo post, pois tem muitos detalhes e fotos rsrs

OBS.:  Como não tirei fotos durante as sessões de fisioterapia peguei algumas fotos na internet de alguns exercícios que eu também fazia.

Beijocasssssss